Diabetes - tudo o que você precisa saber
- Adriana Araujo
- 1 de mar. de 2015
- 37 min de leitura

Este programa vai pra você que é do campo. Hoje é o dia 08 de novembro de 2014 e dedico este programa a uma amiga que se foi. Essa pessoa simples e amiga nos deixou, era humilde, lavava a minha roupa e conversávamos bastante. Na vida é assim, quando você perde uma coisa muito boa e que vai saber o valor de uma amizade, de uma amiga. Se Você tem um amigo que está longe, ligue para ele converse e você vai ver o como é bom.
Aqui do meu lado o Bispo da Igreja Mundial Nilson França. Vai ser um dia bom e agradeça por isso. Não tenha vergonha de se ajoelhar e dizer: “Jesus eu ti amo e obrigado por esse espetáculo que é a vida que nos é dado diariamente”. Obrigado Senhor. Vamos a uma mensagem de reflexão:
A dor nos ensina muito Em meados de 1970, quando estava prestes a completar seu doutorado em física, o cientista Stephen Hawking, já portador de uma doença que ia paralisando seus movimentos, escutou um médico dizer que tinha apenas mais dois anos de vida.
“Então posso tentar entender o Universo, porque não vou mais precisar pensar em coisas como aposentadoria e contas a pagar”, resolveu ele.
Como a doença progredia rapidamente, foi obrigado a criar fórmulas simples para explicar – no menor espaço de tempo possível – tudo aquilo que pensava.
Dois anos e meio se passaram. Mais de vinte anos se passaram e Hawking continua vivo. É capaz de comunicar suas ideias abstratas através de um pequeno computador acoplado à sua cadeira de rodas, e que possui apenas quinhentas palavras diferentes.
Escreveu o clássico livro “Uma breve história do tempo”, entre outros e foi responsável por uma nova visão da física moderna.
A doença, em vez de conduzi-lo à invalidez total, forçou-o a descobrir uma nova maneira de raciocínio.
E é exatamente assim que a doença procede em nossas vidas. Ela nos convida a mudar, a rever nossos passos, nossas escolhas, nossos valores.
Ao invés de ver a enfermidade como algo que vem para nos destruir, é preciso entendê-la como uma lição, como uma prova que nos está sendo imposta, com o único objetivo de nos fazer crescer.
As grandes enfermidades são convites da vida para que mudemos algo em nossa caminhada: sejam os rumos, sejam os objetivos, seja a maneira de pensar. É claro que muitas delas não têm causa no hoje, nesta existência, mas, da mesma forma, elas tomam nossos dias com o fim de nos educar, de nos burilar.
A dor nos ensina muito. O sofrimento é como o calor intenso do fogo esculpindo o vidro, e concedendo-lhe as formas mais belas que possamos imaginar.
Perante as doenças é preciso reavaliar nossos dias. Perante a doença é necessário refletir e questionar: o que ela está buscando me ensinar? Paciência? Persistência? Humildade?
Sábios são aqueles que conseguem sair dos momentos de turbulência, não blasfemando contra tudo e contra todos, mas sim mais maduros, mais equilibrados.
Não vejamos nas doenças inimigos mortais ou grandes males que recaem dos céus sobre nossos ombros; vejamos sim oportunidades que Deus nos dá para evoluir, para nos descobrir, para passarmos mais tempo na companhia de nosso próprio coração, descobrindo nele valores que desconhecíamos, e aliados preciosos para os próximos passos que iremos dar.
Reflitam mais um pouco:
O tronco sofre os golpes do machado para que, derribado, se torne nova utilidade.
A montanha de granito padece a dinamitação, a fim de que se abram veredas para o progresso.
A árvore enfrenta a poda, de modo a exuberar de flores e frutos, na ocasião oportuna.
Os grãos passam pela trituração e participam, com isso, da alegria da mesa farta.
O bloco de pedra suporta a ação do buril e do cinzel, para que liberte a obra de arte que o artista projeta.
O violino resiste à distensão de suas cordas, de forma a permitir que o som harmonioso embalsame o ambiente com musicalidade.
Esta mensagem eu dedico a minha grande amiga que partiu hoje, pra você Luzia Santos Silva. Que Deus lhe abençoe e lhe dê o descanso que aqui você não teve. Bom dia.
O programa começa com uma mesa maravilhosa, muitos homens bonitos e competentes, os melhores médicos de Marabá, os melhores médicos do Sul e Sudeste do Pará. Vamos ouvir o bom dia dos nossos participantes do nosso debate e tem alguns ainda por chegar:
Dr. Wilde dos Anjos Cavalcante
Eu sou médico endocrinologista e moro em Marabá há apenas 4 anos e quero morar por muito tempo nesta cidade que me acolheu muito bem. Quero contribuir com este município e com a população trazendo para cá a minha experiência profissional adquirida ao longo de muitos anos. O Diário Semanal traz um tema, uma pauta que estará em muitos programas do mundo inteiro e vamos falar muito sobre a diabetes, uma doença avassaladora com números estatísticos crescentes. O número de diabéticos cresce absurdamente a cada ano e isto é surpreendente, infelizmente. Esta doença está presente em quase todos os lares. A gente conhece alguém diabético, seja o vizinho, um amigo ou um parente, e esta doença, na maioria dos casos se manifesta silenciosamente e apresenta elevado nível de açúcar no sangue, superior a 126. Quando isto ocorre, já é o início da manifestação desta doença. Meu bom dia para os meus colegas médicos e aos ouvintes em suas residências.
Dr. Carlos André Barros Brito
Bom dia a todos dessa mesa e aos ouvintes. Eu sou cardiologista e fui convidado para esse bate papo, por haver uma relação direta com essa doença chamada de Diabetes. Vamos ver que a cardiologia e a diabetes estão intrinsecamente relacionados. Espero contribuir e desejo que as pessoas que nos escutam aproveitem essas duas horas de esclarecimentos que é o verdadeiro objetivo deste programa, de orientar e esclarecer.
Dr. Rodolfo Amoury Júnior
Agradeço por mais uma vez ser convidado. Estamos em um debate com um assunto de muita importância pra toda a população mundial. Vai ser um programa de saúde pública, um presente aos ouvintes. Eu sou médico oncologista e mastologista e sou marabaense. Bom dia pra todos.
Dr. Tiago Barros
Em primeiro lugar bom dia aos meus amigos médicos, a Adriana Araújo e aos milhares de ouvintes. Eu sou médico e atuo na área de nefrologia e estou na saúde pública. Recebemos muitos pacientes diariamente com lesão e isto é um problema muito sério em Marabá, por que, talvez metade ou mesmo 70 por cento dos pacientes que chega para minha especialidade que é o rim, chegam com grave lesão e, em alguns casos, com necessidade de tratamento da substituição renal, que é a hemodiálise. Muita gente não sabe ainda deste tratamento que existe em Marabá, não sabem o que é uma hemodiálise e o que faz um médico nefrologista. É um prazer e desejo um bom dia aos muitos ouvintes.
Dr. Carlos Costa
Bom dia Adriana e bom dia ouvintes. Esta mesa é muito rica, comandada pelo nosso endocrinologista Dr. Wilde, que é a pessoa mais credenciada para se falar da Diabetes, um médico muito importante nesta área pra Marabá. Na área da cirurgia a geste costuma dizer que a Diabetes vem caminhando no controle desse tratamento. Já há sinais, algumas condutas cirúrgicas já apresentam resultados espetaculares com relação a esta doença. Há coisas, no entanto, que precisam ser mais bem estudadas pra não serem usadas de maneira generalizada. No decorrer do debate falaremos mais.
Bispo Nilson França
Eu sou bispo da Igreja Mundial. Bom dia Adriana Araújo e aos Doutores aqui presentes, estou junto de pessoas que cuidam e salvam vidas. Agradeço e saúde. Desejo um bom dia aos ouvintes. Amém.
Diabetes, como prevenir e tratar
A diabetes é uma doença dos tempos modernos, um problema universal de saúde, um bicho que parece não ter cara feia, não faz barulho e mata silenciosamente. Por ser uma doença silenciosa convive-se com a maior tranquilidade, sem a preocupação do risco e da gravidade que ela possa oferecer. O objetivo doPrograma Diário Semanal é apresentar esta doença de uma maneira que possa dar a verdadeira dimensão desta doença perigosíssima.
A fim de detalhar sobre o risco do diabetes convocamos uma equipe de médicos de primeira linha, uma seleção de profissionais extremamente competentes e respeitáveis, responsáveis pelo atendimento à saúde local, todos preocupados com o rápido crescimento deste mal na cidade. No Brasil a preocupação e o enfrentamento já demonstra a necessidade de urgência para frear as previsões mortais. O número de pessoas diabéticas no país já supera, inclusive, as previsões feitas para 2030, quando se espera 12,7 milhões de doentes e, pasmem, alcançamos já em 2013 13,4 milhões. E isto é extremamente preocupante e, 90% destes casos são da forma mais agressiva, o chamado diabetes tipo 2, relacionado com o estilo de vida.
O conhecimento ainda é o melhor instrumento para se trabalhar na prevenção, principalmente do diabetes, as consultas médicas e os exames vão poder determinar a existência ou não de qualquer doença. No entanto, quando se trata da diabetes, a fim de esclarecer aos nossos ouvintes, falem-nos, por gentileza, sobre os dois tipos de diabetes e as suas consequências. É possível a cura?
Dr. Wilde (Endocrinologista): A gente se depara com os dois tipos mais comuns de diabetes, que são o tipo 1 e o tipo 2, outro tipo bastante comum, o Dr. Francisco Alves, que está chegando no estúdio agora, vai comentar melhor, é o Diabetes do tipo gestacional.
A diabetes tipo 1 se inicia, geralmente quando se é criança, com um quadro mais grave da doença e apresenta-se com a perda de peso, boca seca, urina muito e a criança se queixa muito aos pais. É o paciente que é tratado com o uso de insulina.
O tipo mais comum é o diabetes tipo 2, geralmente se inicia no individuo adulto, acima do peso, com obesidade, é um sujeito sedentário e com hábitos desregrados na questão alimentar e, tem também o fator hereditário ou familiar associado, ou seja, se ele tem parentes diabéticos, é bem maior a chance de, ao longo da vida de desenvolver essa doença. No decorrer dos debates vamos falar sobre essa cura.
Dr. Francisco Alves (Ginecologista e Obstetra): Bom dia Adriana, bom dia ouvintes, bom dia colegas da mesa. Como sempre o Diário Semanal traz à pauta uma temática de grande relevância. Eu vou falar um pouco mais sobre o Diabetes Gestacional, que é diagnosticado na mulher gestante e precisa de um controle constante porque pode ter repercussões negativas, tanto para a mãe quanto para o bebê.

Adriana Araújo: Considerada como uma doença crônica que ceifa vidas, indistintamente de classe social ou econômica a diabetes vem fazendo o seu estrago, prejudicando a qualidade de vida de muita gente. A partir de qual faixa etária devo iniciar meu trabalho preventivo? Qual o profissional de saúde que poderá me dar o melhor diagnóstico do diabetes? Que tipo de exames e acompanhamento pode ser feito?
Dr. Wilde (Endocrinologista): A palavra prevenção e a palavra que está em foco no momento. Todos querem impedir o surgimento de uma determinada doença. Se a geste tem um familiar diabético, nesta condição, já se tem o risco de se desenvolver a Diabetes do tipo 2.
A prevenção deve começar o quanto antes. Deve começar ainda na barriga da mãe, a diabete gestacional, no pré-natal e quando o filho nasce. É importante estabelecer os hábitos alimentares saudável dos filhos, da prática de atividades físicas. Nesta abordagem da prevenção devemos cultivar a cultura no ambiente escolar, coisa que ainda falta em nosso país. Os países de primeiro mundo começam essa orientação nutricional nas escolas com o intuito de prevenir a obesidade e de se prevenir o diabetes.
O diagnóstico é feito de forma laboratorial. As pessoas perguntam se aquele exame da ponta de dedo, se ele tem validade para o diagnóstico. E a gente responde que não serve, talvez, para um rastreamento. Os exames válidos são feitos em laboratórios e em jejum. O rastreamento pode ser feito por qualquer médico da atenção básica, eles estão totalmente capacitados e preparados para se fazer o diagnóstico. O endocrinologista vai entrar em outro momento, às vezes, no âmbito da saúde pública em um caso mais evoluído, nas complexidades da doença.
O diagnóstico e o acompanhamento na rede pública são feito através de um programa do Ministério da Saúde, chamado de Hiperdia, com abordagem dos pacientes com doenças crônicas como a hipertensão e diabetes e também na rede privada de saúde.
Dr. Carlos André (Cardiologista): Eu vou complementar um pouco o que disse o Dr. Wilde e falou muito bem. Ele disse o que eu estava com vontade de falar. A prevenção precisa, realmente, começar a acontecer antes mesmo do nascimento da gente, quando se está na barriga da mamãe, já devemos ter uma atitude de prevenção com a possibilidade de uma doença crônica e isso inclui o Diabetes e outras doenças, a Hipertensão, o colesterol alto, o triglicerídeos, que são doenças relacionadas aos hábitos de vida. Se a nossa mãe, durante a gravidez e, principalmente a gente, quando nasce, vai sendo acostumado a se alimentar de forma inadequada, provavelmente ao longo dos próximos 30, 40 ou 50 anos, isto vai interferir nas doenças que vamos ter no futuro, quando formos adultos.
Quero abrir um parêntesis, para que os nossos ouvintes possam saber de fato sobre o que a gente está discutindo, do que é a Diabetes e, de uma forma bem simples é o aumento da quantidade de açúcar no sangue. O açúcar é fundamental em nossa vida para que estejamos vivos. Sem o açúcar a gente não vive e, inclusive, pode até morrer. O problema não é não ter açúcar no sangue, o problema é quando o açúcar está com excesso.
O organismo com a perfeição que ele tem consegue extrair o açúcar dos alimentos e leva-lo para dentro do sangue e este faz o transporte do açúcar para todas as células do corpo por que, todas precisam de açúcar. Além disso, o organismo tem a capacidade de tirar o açúcar do sangue e colocá-la dentro das células e faz isso constantemente. Em algum momento, por algum motivo, seja do tipo 1 quando o paciente já nasce com essa dificuldade ou do tipo 2 de Diabetes, quando o organismo não tem mais essa capacidade, já perdeu toda capacidade ou perdeu parte dessa capacidade de levar a glicose do sangue até dentro da célula e, quando ele não consegue levar a glicose para dentro da célula ela fica em excesso no sangue, que causa os problemas que ocorre com a diabetes. E é sobre isto que a gente vai discutir. E para que as pessoas entendam e isto ocorre quando há muito açúcar no sangue e o excesso de ingestão vai fazer o seu sangue ficar com muito açúcar e o organismo vai trabalhar para jogá-lo dentro das células. Ao longo do tempo ele vai conseguir e a doença começa a se manifestar aos 30, 40 ou 50 anos, quando o organismo não está mais conseguindo colocar a sobrecarga de açúcar para dentro das células, quando tem problema e sobre açúcar no sangue.
Quero reafirmar mais uma vez, a prevenção deve começar desde cedo quando a gente nasce e quero mais um parêntesis importante para dizer que, não é apenas o problema não é apenas com o açúcar, é com a farinha, com o pão, o macarrão, frituras, gorduras, enfim, tudo isso aumenta o açúcar no sangue e vai causar a sobrecarga que já falei.
A diabetes é uma doença muito grave e acomete muita gente e muitos não sabem que tem esta doença. O diagnóstico é muito simples e qualquer posto de saúde, qualquer médico ou laboratório consegue fazer o diagnóstico, não há nenhum mistério nisso. O complicado é o acompanhamento dessa doença, do tratamento das complicações. Um exame importante e barato, o da glicemia, qualquer um pode pagar ou pode fazê-lo em qualquer posto de saúde da rede pública.
Dr. Rodolfo Amoury (Oncologista): Tem a história de saber qual é o problema, saber o como é feito o diagnóstico, saber que existe o tratamento e, às vezes, não é fácil mudar os hábitos de vida de uma hora para a outra. Se começar cedo a ter bons hábitos é bem mais fácil do que ter mudar de uma cultura errada.
Dr. Tiago Barros (Nefrologista): Esse excesso de açúcar causa lesão nos vãos sanguíneos que estão em todo o organismo. Pra quem é diabético e a grande maioria não sabe que é, e pra quem já, é importante lembrar que não dá pra deixar pra depois, tem que ser logo o tratamento que é simples e que não vai haver melhora se não houver mudança de hábitos e isso pode causar lesões em todos os órgãos e é tudo silencioso e, por isso, não se dá muita atenção. Se não mudar agora, vai demorar um tempo mais ela vai vir e vai ser mais grave. Daí, a importância de se começar e é esta a finalidade de estarmos aqui discutindo e alertando toda a população.
Quando o paciente chega reclamando é porque a lesão já está avançada ou até mesmo começando. Às vezes é o caso da amputação de membros, do tratamento feito por meio da hemodiálise, enfim, quando fica mais difícil o tratamento e requer uma mudança de hábitos que é uma coisa difícil. O importante é começar agora.
Dr. Carlos Costa (Cardiologista): Os colegas já relataram com brilhantismo sobre a prevenção. Eu quero dizer aos ouvintes que, a história do paciente é importante na prevenção. Os médios, de todas as especialidades, se pedirem o exame de glicemia, podem definir, juntamente com o histórico clínico familiar e o diabético, nós sabemos, tem uma deficiência genética previamente programada, isto ocorre em decorrência da deficiência de uma célula que a gente tem no pâncreas, chamada de beta. O pâncreas tem duas funções, é uma glândula mista, importante na digestão e é o órgão que tem as células comandantes do controle da glicemia. O diabético já nasce com essa falência programa e isto vai interferir na insulina que está nos órgãos periféricos como os músculos, os tecidos adiposos e o fígado e esse equilíbrio, se o individuo tiver uma falência programada geneticamente vai desenvolver a diabete com maior facilidade. O médico não pode perder a oportunidade do diagnóstico precoce, o Dr. Rodolfo, o Dr. Wilde, Dr. Carlos, o Dr. Francisco e eu, se tivermos a oportunidade devemos fazer o diagnóstico do diabetes e, já sabemos que os sintomas são clássicos, é a oportunidade que temos de tratamento precoce.
Adriana Araújo: Eu mando um abraço muito especial à Joelma e aos muitos médicos da cidade de Marabá. Vamos aos comerciais e voltamos já.
Agradeço a Deus por este momento, de estar ao lado de pessoas muito humanas, dignas e respeitadas, gente que ama o que faz, tudo isto me deixa imensamente feliz. Obrigado meu Deus e obrigado aos participantes desta mesa redonda e pelos infinitos esclarecimentos e orientações prestados.
Adriana Araújo: Em uma rápida ida ao Hospital Municipal de Marabá percebemos o grau de preocupação de enfermeiras e médicos, com o crescente número de pacientes com amputação de órgãos, perda da visão e o risco de infarto agudo do miocárdio.Realmente é difícil o tratamento da diabetes? É verdade que muitos pacientes interrompem o tratamento e agravam ainda mais a sua condição de saúde?

Dr. Rodolfo Amoury (Mastologista): Tem muito daquela história de que só vai acontecer com os outros. O número de pacientes que ficam mutilados, que perdem parte do corpo devido a diabetes é cada vez maior, principalmente pela falta de orientação aos pacientes. Essa mesa é importante demais pra gente orientar sobre essa doença que tem tratamento e controle e essas complicações que são muito sérias. A continuidade do tratamento vai evitar esses problemas e que viva bem durante toda a sua vida.
A falta de esclarecimentos e de condições pra se tratar esse paciente, de um programa mais divulgado. Os programas públicos existem, como o Hiperdia do Ministério da Saúde. O número de pacientes é crescente no serviço público e o SUS sucateado não oferta o tratamento adequado e o doente fica em segundo plano, aumentando assim, as complicações.
A primeira preocupação do programa foi com a prevenção. Agora devemos falar sobre as pessoas que já possuem a doença em seu organismo e sobre o tratamento adequado com quem entende do assunto. O paciente inicia o tratamento e quando surgem os sinais de melhora, acham de interromper o tratamento causando depois, outras complicações mais sérias.
Dr. Carlos André (Cardiologista): As pessoas precisam entender que, se já é portador e, já exploramos bastante sobe a prevenção, desde a barriga da mãe, fazendo de tudo para que não se tenha o aumento de açúcar no sangue, ele atrapalha, estraga todos os vasos que são responsáveis por levar o sangue para todas as células, ocorrendo complicações, por exemplo, a circulação sanguínea no olho fica comprometida e isto pode causar a perda da visão. A circulação pelo pé, quando chega pouco sangue, aumenta a chance de infecção e dificulta a chance de chegada de antibióticos e piora o tratamento, causa ferida, esta se agrava e chega a uma possibilidade de perda da perna. A circulação pelo coração, que é um músculo, para ele trabalhar, jogar o sangue pra frente, que é o papel dele, precisa receber nutrientes, receber sangue e, se a circulação que leva o sangue ao coração está doente, como toda a circulação do corpo, com a taxa de glicose alta, o coração também vai sofrer problemas.
O importante no tratamento é controlar a glicose e não adianta apenas tomar o remédio e, muito menos, apenas por um determinado período, do tipo, controlou a glicose, fez o exame e o nível está bom e não toma mais o remédio e nem faz mais os exames e, sabe o que vai acontecer com este paciente? A glicose vai voltar, vai subir e vai danificar os vasos e consequentemente a circulação sanguínea e você vai sentir quando faltar sangue nos órgãos, no coração, no cérebro e a situação fica complicadíssima e causa a perda de membros. O objetivo do tratamento é controlar a quantidade de açúcar (glicose) no sangue. O paciente precisa tomar os remédios, fazer dieta e dosar, controlar a glicose.
É muito comum às pessoas iniciarem um tratamento, controlar a dosagem de sangue, repete 03 meses depois e acha que está tudo normal. Ele acha que não tem mais a Diabetes e para de fazer o tratamento, não toma o remédio, não faz mais os exames pelos próximos 06 meses, 1 ano, 2 anos e diabetes passar a ser muito mais grave.
Dr. Carlos Costa (Cardiologista): Pra deixar ainda mais claro aos ouvintes. Existe na medicina um critério que a gente usa, o que é cura absoluta, por exemplo, o paciente que chega com apendicite e é operado e fica curado da apendicite. Mas, com o diabetes, quando ele está instalado, já teve uma deficiência programada geneticamente. Vou deixar ainda mais claro para os ouvintes, é como se a glicose tivesse que atravessar uma ponte do sangue para o aproveitamento e a ponte está quebrada, o tratamento vai ser como o concerto daquela ponte. Ele não pode ser nunca mais interrompido porque a diabetes é uma doença que tem cura relativa, que é o controle para evitar complicações como a perda de pé, impotência sexual, cegueira, o pé diabético, a insuficiência renal que culmina com o tratamento de diálise que tem um tratamento mais invasivo. Que isto fique bem claro que existe a cura relativa para o diabete, é o controle da glicemia, se controlar direito provavelmente vai morrer de outra doença, não da diabetes.
Dr. Tiago Barros (Nefrologista): É preciso reiterar sobre a continuidade do tratamento, de se procurar os profissionais adequados. O nosso trabalho como nefrologista é cuidar do rim, que é um órgão que serve para a filtragem do sangue e fazer o controle da quantidade de líquidos que deve ficar nele. O açúcar em excesso lesa muito o rim, deixando a pessoa mais inchada e ela passa a urinar muitas vezes, fica com a boca seca e, estes são sintomas que indicam que você pode estar com problemas. Na Cidade temos profissionais capacitados para atender da melhor forma possível e em vários estágios. A Clínica de Doenças Renais presta esse serviço desde antes o início da hemodiálise e atendemos 230 pacientes em hemodiálise e cerca de 200 em ambulatórios e consultas por mês pelo SUS. A Clínica de Doentes Renais está situada na Folha 25 nas proximidades do Gelo do Marujo, na Nova Marabá e reitero sobre o acompanhamento e o controle por meio do tratamento, que é de muita importância.
Adriana Araújo: A cada 10 segundos morre uma pessoa de causas relacionadas ao diabetes e, a cada 10 segundo duas pessoas desenvolvem esta doença e o tratamento pode passar por mais de uma especialidade médica e a gente trouxe um leque com vários especialistas como a cardiologia, a mastologia, a nefrologia, a ginecologia e a obstetrícia e a endocrinologia. Como prevenir o surgimento da diabetes, isto é possível? Qual o tipo de alimentação ou cardápio alimentar pode ser a mais recomendável para um diabético?
Dr. Wilde (Endocrinologista): Então Adriana, a cada 10 segundos morre uma pessoa com causas relacionadas ao diabetes e, a cada 10 segundos duas pessoas desenvolvem a diabetes. O grande problema no tratamento da diabetes é a ausência de educação. O paciente diabético precisa ser educado. Quando o médico passa um medicamento, ele precisa saber a importância deste remédio, não só do remédio, mas, a importância da mudança do estilo de vida, como a prática de exercícios físicos e de uma alimentação que vai ser ajustada, ou seja, uma reeducação alimentar e, estes três elementos precisam andar em conjunto. Vou dar um exemplo, quando a gente insuliniza um paciente ele precisa saber a maneira correta de aplicar a insulina, de acondicionar a insulina na geladeira, saber o local da aplicação, da importância do rodízio do local da aplicação e não basta tomar a insulina, tem que saber se o local na geladeira está adequado e se as aplicações estão sendo feitas com as unidades corretas. É um controle rigoroso, coisa de se reeducar mesmo.
O paciente que tem glicemia alta tem sintomas, mas, aquele que trata e controla dentro do nível 200, por exemplo, pode achar que está controlado e corre o risco de ter sequelas e, vamos trazer esse nível de glicose para uma situação de normalidade.
O tratamento é composto por dieta, exercícios físicos e medicação. Existe um tratamento chamado de revolucionário e, mesmo assim, não se fala da cura, que são as cirurgias de derivação biodigestivas que o Dr. Carlos Costa pode falar melhor, mas, hoje quando se fala em tratamento da diabetes a gente precisa falar em educação do paciente, por isso, o centro de abordagem precisa ser multidisciplinar, como se fosse essa mesa, interagindo o tempo todo com o paciente com todos os profissionais ao mesmo tempo. Com isso a gente garante o sucesso do paciente.
Dr. Carlos André (Cardiologista): Agora é o momento de se falar da dieta. Qual é a dieta mais adequada, o que a gente come e o que não deveria comer pra ter uma melhor saúde, um melhor funcionamento do coração, da diabetes? É uma alimentação pobre em sal, mesmo dizendo que o organismo precisa de sal, que é fundamental, mas, que seja pobre em sal, colocar o mínimo que puder nos alimentos. A verdura e as frutas já possuem sal e, isto tem a ver com a hipertensão. Já para o diabetes, o açúcar, isto já ficou bem claro, não precisa adicionar açúcar nos alimentos, pois, é prejudicial, já falamos sobre isso.
Ainda sobre a dieta, vale ressaltar a questão do arroz, do macarrão, da farinha, das massas como pães, bolachas e biscoitos que possuem alto teor de açúcar. Estes alimentos possuem relação com a diabetes. A alimentação adequada é pobre destas substâncias citadas. O almoço comum em nossa região é extremamente prejudicial à nossa saúde, com arroz, macarrão, farinha, feijão e batata frita que é um amido e, se você tá comendo isso todo dia pode achar que não está comendo nada doce, quando na verdade tá trazendo uma sobrecarga de açúcar no organismo.
As coisas doces devemos evitar e diminuir ao máximo. Coisas que não são doces, mas, que aumenta o açúcar como o arroz, a farinha, o macarrão, a batata, o pão, biscoito, bolachas, a mandioca, enfim, isso tudo junto aumenta sim o açúcar (é interrompido).
Adriana Araújo: Do outro lado o ouvinte pode estar dizendo, meu Deus eu vou comer o que?
Você deve comer frutas e verduras à vontade, carnes magras, eu ressalto sobre coisas que a gente nem percebe, a pele do frango é rico em gordura e interfere no diabetes, no colesterol e no triglicerídeos, a pele do peixe, a gordura da carne animal, a manteiga, tudo isso são coisas que a gente se alimenta diariamente.
Nós podemos comer arroz e feijão, sim. Depende do preparo. A gente vê muito feijão com gordura em excesso, com toucinho e bacon por exemplo. Falaram em ovo, na fritura costuma-se colocar muita manteiga e isso aumenta o nível de gordura, que é o problema. O ideal em uma alimentação é comer carne magra, verduras e frutas à vontade, arroz e feijão, macarrão. Não dá pra fazer: arroz, macarrão, feijão, farinha e uma carne gorda ou um frango cheio de pelo. Quando junta tudo prejudica a prevenção do diabetes.
Dr. Carlos Costa (Cardiologista): Vou falar de uma coisa que considero importante. Na diabetes devemos considerar alguns outros parâmetros que são norteadores para a resistência à insulina, por exemplo, uma glicemia acima de 110 que algumas escolas já consideram como sinal de alerta; alterações nas gorduras do sangue (as lipidemias); a diminuição do colesterol em frações de HDL abaixo de 150. Outra característica importante que leva resistência às insulinas é a obesidade central, seria medir com uma fita métrica ao nível do umbigo e quem tiver uma cintura acima de 102 cm para homem e 88 para mulheres, já possui o escore para a síndrome metabólica. Outro fator relacionado ao Dr. Carlos André, cardiologista muito competente, seria as hipertensões acima de 13 por 8, de 13 a 14 por 8, uma pressão arterial acima desses parâmetros já é um sinal de alerta para a síndrome metabólica. Se você reunir estes escores que falamos, o indivíduo gordinho com obesidade central e já tem alterações nos colesteróis e ainda tem hipertensão, já é um forte candidato a ter resistência à insulina. Estes parâmetros para a prevenção são considerados como sinais de alerta.

Adriana Araújo: Além das campanhas que já acontecem, o Programa Saúde da Família e a ação dos Agentes Comunitários de Saúde podem ter um papel muito importante nas famílias menos esclarecidas. Muitos doentes ficam traumatizados com a perda de órgãos e, outros com mau funcionamento dos rins acarretando no tratamento por hemodiálise.Qual a estrutura (hospitais, clínicas, laboratórios e etc) que a cidade de Marabá possui para o tratamento adequado aos diabéticos? E, qual a estatística oficial? E, não temos a estatística oficial por que não apareceu ninguém da Secretaria de Saúde. Estamos conseguindo debelar a doença ou ainda precisamos de mais tempo e melhores tratamentos?
Dr. Wilde (Endocrinologista): Quanto a estrutura de atendimento o SUS, o Ministério da Saúde tem o programa chamado HIPERDIA para acompanhamento dos hipertensos e diabéticos, funciona em todos os municípios do Brasil, nós temos algumas dificuldades porque ele está atrelado ao PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF). O município de Marabá não tem uma cobertura satisfatória para atender a demanda dos doentes. Talvez seja um dos municípios com menor cobertura por paciente no país e, isso significa que se a gente tem hoje duas, três equipes de PSF, a gente está tendo apenas 4% de cobertura desses pacientes, estes estão desassistidos e a própria estatística fica difícil, fica subestimada.
As estatísticas brasileiras considera a população adulta a pessoa acima de 45 anos em termos do órgão chamado VIGITEL que é quando o órgão liga para as casas pra fazer as pesquisas de quem tem a diabetes nas casas e os dados estatísticos variam de 7 a 9% da população adulta. Se a gente aumentar essa idade pra 60 anos pra diante, os dados chegam a 15 ou 20% da população.
Quanto mais desenvolvido for a cidade ou o estado, maior é o índice de diabéticos e, isto parece estranho. A gente considera que está havendo mais notificações e mais diagnósticos, portanto, as cidades e estados com menor cobertura são os que menos notificam. Por isso, a gente não sabe a realidade da estatística local porque há uma subnotificação.
Dr. Carlos André (Cardiologista): Prevenir a doença depende de nós, se a gente quiser controla o excesso de peso e se fizer uma atividade física, o exame de glicemia. A prevenção é com a gente. Quando a gente perde esse tempo é que vai depender da cobertura, do remédio e tem até o programa Hiperdia que os remédios são dados pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE. Quando a gente não se preveniu, não teve o diagnóstico, não tratou quando o problema era simples, fica muito complicado, vamos precisar do endocrinologista, do nefrologista, cardiologista, do cirurgião vascular, do cirurgião geral, ou seja, a situação é muito mais grave e a estrutura necessária é muito maior e prevenir, como já falamos, só depende da gente.
Dr. Rodolfo Amoury (Mastologista): Os hospitais estão superlotados e a prevenção tiraria muita gente dos hospitais. Investe-se muito, se gasta muito com o tratamento e deixa-se de investir em prevenção que tem um custo muito menor. Se gasta 6 reais, por exemplo, em tratamento e, poderia ter gasto apenas 1 real em prevenção. Joga-se muito a culpa no poder público e esquece que existe a contribuição por parte da população.
Em torno de 80 a 90 por cento das pessoas que vão a um Pronto Socorro não deveriam estar ali. Na maior parte das vezes não são atendimentos de urgência e nem de emergência, são atendimentos de ambulatórios que entram nesses casos e resolvidos com uma simples orientação, a prescrição de uma receita, de tratamento clínico de uso crônico. Mas, os pacientes deixam de fazer a sua parte.
Dr. Francisco Alves (Ginecologista): Já falamos inúmeras vezes sobre algumas dificuldades que a cidade de Marabá enfrenta no que tange a saúde. Claro que a finalidade desta mesa não é essa, mas, diante de uma doença de extrema importância, vale a pena destacar a necessidade urgente de estratégias da Saúde da Família. Marabá é hoje uma cidade, do porte dela, com 250 mil pessoas, com a menor cobertura. O Rio de Janeiro tinha esse problema e eles entenderam isso com um problema muito grave. Hoje a cidade do Rio de Janeiro conta com cerca de 50 a 60% de cobertura.
Recentemente fui de carro ao Nordeste e passei em muitas cidades pequenas e vi as Unidades Básicas de Saúde construídas no modelo padrão. Eu fiz essa pergunta ainda na outra gestão, inclusive, por que a gente não consegue ampliar essas equipes do PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA que tem toda uma estratégia e quando realizada adequadamente segundo os parâmetros estabelecidos, consegue resolver de 80 a 85 por cento dos problemas e com isso desafoga a atenção secundária que gira em torno dos 13 por cento e dos Prontos Socorros que ficariam bem mais tranquilos. Fica um convite ao CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE que é o fiscal maior da política de saúde pública do município, por que a gente fica sem essa estratégia? Estamos a três gestões e não se avança. Precisamos nos posicionar e começar a resolver isso com urgência.
Depois do diagnóstico do diabetes, existe uma estratégia de controle da doença que, não tem cura, mais tem controle e, um dos fatores limitantes é quando você precisa monitorar isso através das furadinhas no dedo, das glicemias capilares, às vezes as pessoas não têm condições de comprar o aparelho ou o aparelho é barato e as fitas são caras. Existe uma portaria do MINISTÉRIO DA SAÚDE e, após preenchido um formulário o doente pode ir na SECRETARIA DE SAÚDE e esta cede o aparelho (glicosímetro) e as fitas para monitoramento.
Queria que o Dr. Wilde falasse um pouco mais, sobre o seguinte caso, o diabete foi diagnosticado e, qual é a frequência das consultas em um caso já controlado e, mais outra pergunta, se o diabetes não for controlado, gostaria que nos falasse sobre as complicações que podem matar o paciente em complicação aguda dos diabetes 1 e 2.
Dr. Wilde (Endocrinologista): Quanto aos insumos, os pacientes têm direito a receber todo o arsenal terapêutico, desde os medicamentos básicos, os glicosímetro e as fitas que são extremamente importantes para monitorizar esse paciente. E, principalmente os pacientes do tipo e da diabetes gestacional que precisam desta monitorização constante para se fazer os ajustes das doses de insulinas. Pra esse tipo de paciente do tipo 1 gestacional e alguns do tipo 2, com algumas complicações como a nefropatia que depende da insulina e do ajuste, o Ministério da Saúde lançou uma portaria que se transformou em Lei Federal em 2007, na qual a gente se baseia para solicitar do município e do estado os insumos necessários. O município de Marabá e o Governo do Estado do Pará tem feito isso dentro de um pacto e com a distribuição dos insumos, às vezes com algumas dificuldades, mas, tem atendido bem a população. Mas, ainda desta forma, não é estendida pra todos os diabéticos.
Esses grupos especiais que precisam de monitoração, às vezes, como o diabetes do tipo 1 que pode chegar a 3 medidas de glicemia capilar por dia e, seria um custo muito elevado pra qualquer família.
Quanto a frequência do acompanhamento do paciente com diabetes bem controlado e educado na glicemia capilar, com glicosímetro em casa, ele sabe que há uma meta a ser alcançada. A glicemia de jejum fica entre 90 a 10, uma, duas vezes por semana ele faz o controle no glicosímetro e, se não tiver isso, tem uma frequência no consultório a cada 6 meses se o médico, depois de controlado, orientado, sentir que há disciplina com a doença.
No posto de saúde a frequência é em torno de 6 meses, depende de como você encontrar o paciente na primeira consulta e alguns chegam PÓS-CETOACIDOSE, PÓS-INTERNAÇÃO e você pode precisar de uma abordagem semanal, mensal ou trimestral, de acordo com a evolução clínica do paciente.
O diabetes tipo 1 quando controlado o quadro de CETOACIDOSE, alguns pais que estão escutando o programa, chamo a atenção deles, sobre o diagnóstico do filho que geralmente vai pro hospital passando mal e chega inclusive a dar entrada em UTI e a coisa realmente fica complicada. Os pais ainda estão preocupados com o uso da insulina e saem perdidos sem saber aplica-la. Mas, com orientação e educação percebe-se que não é um bicho de sete cabeças. Agora, depende do suporte que o município pode dar com o glicosímetro e os insumos.
O Dr. Francisco comentou e eu preciso dar mais algumas explicações aos ouvintes. Sobre o COMA HIPEROSMOLAR para a Diabetes tipo 2. A CETOACIDOSE DIABÉTICA é mais comum no diabetes tipo 1. No tipo 2, como é o caso do adulto, do obeso, pode ter níveis muito elevados de glicose superior a 600, 700 e evolui para o COMA que é decorrente dessa concentração excessiva de glicose (açúcar) no sangue. Não é tão comum quanto a CETOACIDOSE DIABÉTICA, mas, é uma realidade e, às vezes, mais perigosa e que precisa de uma abordagem, um suporte às vezes de UTI, de uma equipe bem treinada e isto ocorre muito com pessoas do interior, que não tiveram um diagnóstico precoce. Esse coma vem associado com outros fatores desencadeantes, ou seja, ele tem o diabetes não controlado, é silencioso e, de repente aparece uma infecção urinária e o sistema imunológico está aberto, porque o estágio de hiperglicemia é uma situação que expõe o paciente à infecções e perpetuam essa hiperglicemia. O tratamento desses pacientes é pra evitar, naquele momento das complicações agudas e crônicas que virão.
Dr. Carlos André (Cardiologista): Só o fato de se ter hiperglicemia, independente de ter outra doença aumenta o risco de morte. Os pacientes que tem a hiperglicemia tem pelo menos 6 por cento mais chances de morrer do que àquele que não tem, mesmo que não tenha hipertensão, infarto ou outra doença. Alguns dos ouvintes podem estar nesse momento sem sentir nenhuma dor, estar sem nenhuma doença, mas, com a glicose no sangue aumentada tem muito mais riscos de morrer. Os pacientes internados em UTI por uma pneumonia, por exemplo, que não é diabético e, durante a infecção pulmonar pode ter a glicose aumentada no sangue porque o organismo está sendo atacado (digamos assim). Mesmo não sendo diabético, tem uma pneumonia e a glicose está controlada, o risco de morte é menor, do que, se ele tem a pneumonia e a glicose está aumentada, mesmo sem ser diabético, só o fato da glicose está alta no sangue aumenta o risco de morte, não são só as complicações agudas de quem tá passando mal que tem mais chances de morrer. Os pacientes com glicose aumentada têm mais chances de morrer, de ter mais infartos, de ter derrame.
A gente já começa agora a falar dos doentes sequelados pelo derrame. A gente chama de acidente vascular encefálico o que é conhecido como derrame, que causa a perda da fala, perda dos movimentos de um braço, a capacidade de caminhar, tem dor no peito e, são doenças que podem levar à morte ou a sequelas graves de locomoção. Além de o diabetes matar mais ele aumenta as chances de infarto e de derrame, mata independentemente de você estar sentido alguma coisa.
Agora uma pergunta da ouvinte que nos ligou, sobre a pré-diabetes. Olha, quanto maior a glicose no sangue, mais aumenta o risco de morte. Se uma pessoa tem uma glicose em jejum de 90, tem menor risco de morte do que quem tem 120 e não é diabético. Ele é o tal pré-diabético, o organismo dele, a circulação sanguínea já começa a ficar comprometida pelo excesso de sangue.
Dr. Carlos Costa (Cardiologista): A pergunta é sobre Marabá, se tem condições de avançar no controle da diabetes e eu acho que sim. Estou há 25 anos em Marabá e essa mesa é, inclusive, uma evolução, algo que merece ser destacado, pois, tempos atrás eu fui convidado juntamente com outros profissionais e fui o único a comparecer. Hoje eu posso ficar mais contente, a mesa está completa com profissionais competentes e compromissadas com a saúde, com médicos que escolheram esta cidade para viver. Atualmente eu vejo crescer muito a consciência e nós podemos fazer a diferença para reduzir os índices desta doença que já é considerada um problema de saúde pública.
Ainda algumas dicas aos ouvintes: se você está urinando muito, com sede em excesso, bebendo muita água, comendo muito o tempo todo e, mesmo assim está emagrecendo, pode colocar um PONTO DE ALERTA e procure uma UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE e um profissional da saúde vai lhe ajudar a dar diagnóstico e chegar a um tratamento especializado.
Adriana Araújo: De volta para o terceiro e último bloco do programa Diário Semanal. Falamos muitas vezes sobre alimentação à base de frutas e verduras. A Distribuidora Renascer tem pra vocês no atacado, frutas selecionadas e verduras da melhor qualidade e pra vocês fazerem a sua dieta e ter uma alimentação saudável, eu recomendo, vai lá à Distribuidora Renascer e você vai encontrar tudo com um preço sem igual.
A diabetes é uma parceira, uma companheira que você não gosta, mas, está sempre em sua vida e dizendo o que você não pode comer. Aqui no nosso debate temos vários profissionais da saúde, como médicos e enfermeiras, diversos especialistas como: o endocrinologista, o cardiologista, o ginecologista e obstetra e o nefrologista. Na medida do possível, de forma breve, queremos saber o envolvimento de cada um no tratamento e na atenção ao diabético.
Dr. Francisco Alves (Ginecologista e Obstetra): Mais uma vez agradeço pela participação no Programa Diário Semanal. Eu sou médico ginecologista e vou falar da diabetes gestacional, que surge em consequência da gravidez. De 7 a 17 por cento das mulheres que engravidam vão, possivelmente, desenvolver a diabetes gestacional que na maioria dos casos se extingue quando a gravidez é interrompida.
O diagnóstico é feito, deve-se fazer no início do pré-natal quando é solicitado o exame de glicemia, em jejum, que vai dizer se a taxa está normal, se já havia ou se adquiriu durante a gravidez.
Existe o teste de tolerância à glicose, que eu chamo de “Teste do Xaropinho”. Esse teste ainda não está disponível na rede pública porque o laboratório de alto risco no município não está funcionando e isto é preocupante. Então, a paciente com diabetes gestacional deve ser acompanhada por um obstetra, não pode ser acompanhada por enfermeiro, porque o açúcar em excesso traz sérios problemas à saúde da mãe e do bebê.
Mesmo que a taxa de açúcar tenha sido normal na primeira consulta o teste do xaropinho é repetido no 6º mês, entre 24 e 28 semanas de gravidez, com a paciente em jejum de 8 a 12 horas e colhe o material no laboratório e o farmacêutico vai dar um xarope e, após uma hora, colhe o material do braço novamente, fazendo uma fotografia de como o organismo se comporta quando ela se alimenta e o que o organismo faz para a retirada do açúcar como o Dr. Carlos explicou muito bem.
Esse teste não está disponível e muitas pacientes não faz esse exame, porque é mais elaborado e a interpretação do resultado deve ser feita por médicos. Há uma recomendação do Ministério da Saúde que as consultas sejam intercaladas por médicos. A enfermeira faz o pré-natal de baixo risco, mesmo assim, o médico tem que entrar no circuito por conta da interpretação e o seguimento da paciente.
Uma paciente com diabetes gestacional pode ter complicações, inclusive, se já engravidou e o açúcar estava em excesso é candidatíssima a abortar essa criança, se não abortar, esta criança pode nascer com sérios problemas no coração. Antes de engravidar, a paciente diabética precisa fazer esse rastreamento. Durante o pré-natal da paciente diabética são feitos vários exames, inclusive do coraçãozinho do bebê (que é caro) para verificar as alterações possíveis.
A paciente com diabetes vai tomar insulina, vai precisar usar o glicosímetro, as fitas e as consultas serão feitas com menor frequência, às vezes, todas as semanas, podendo inclusive haver a necessidade de internação.
A paciente identificada com diabetes gestacional tem que ser acompanhada por um obstetra, minha área, por um endocrinologista, por um psicólogo e por uma nutricionista, enfim, são vários profissionais envolvidos. Quero agradecer pela oportunidade de dar esse importante alerta. Isto tudo é de muita importância.
Dr. Rodolfo Amoury (Mastologista e Oncologista): O câncer e a diabetes podem parecer coisas bem diferentes, mas, são coisas que se entrelaçam, os fatores de risco são semelhantes, a obesidade, o sedentarismo e, existe uma correlação, existe um fator genético associado que podem ser semelhantes e culminam com dois tipos de genes que podem dar problemas, a diabetes e uma maior predisposição ao câncer.
O paciente que se organiza e que se cuida, que faz uma dieta balanceada vai melhorar os seus aspectos do ponto de vista da diabetes e, estará se prevenindo contra o câncer. Se você fizer uma sequencia coordenada das atitudes com relação aos hábitos alimentares e de vida como não fumar, não beber, alimentar-se adequadamente com mais frutas e verduras, traduzir tudo isso em uma rotina saudável, os riscos e complicações em todas as áreas da medicina tendem a ser reduzidos e talvez nem ocorram. A pessoa vai viver bem por muito tempo, que é o objetivo deste programa, de fazer com que a população que está nos ouvindo, viva melhor, viva bem e por muito tempo. Obrigado pelo convite, mais uma vez.
Dr. Carlos André (Cardiologista): Em relação ao envolvimento da cardiologia com a diabetes, especificamente essa relação é direta, intensa e extremamente danosa ao coração. O diabetes prejudica muito o funcionamento do coração e de todo o sistema cardiovascular. Todos os pacientes com diabetes, sem exceção, precisam ser acompanhados regularmente por um cardiologista. Isto se justifica pelo alto risco da doença arterial coronariana, que é o famoso entupimento da circulação do coração. Estima-se que 50 por cento dos números de diabéticos tenham problemas cardíacos de entupimento sem saber nada, ou seja, o sintoma principal do entupimento é a dor no peito e isto é um alerta grande para ele procurar o médico urgentemente. Cerca de 50 por cento não apresentam a dor no peito, ou seja, o coração está sofrendo, está morrendo, a circulação está entupida e ele não está sentido nada.
Se você não pode, se você não quis se cuidar e teve o diagnóstico da diabetes, vai precisar ir a um cardiologista que vai detectar isso precocemente e tratar adequadamente. Agora, já não é mais só a diabetes, é a diabetes com a doença cardíaca. Por isso, o diabético com a doença cardíaca precisa de metas mais rigorosas. Se você não quis regrar a sua dieta desde a infância e a adolescência e, agora com a diabetes instalada e com entupimento na circulação vai cumprir metas mais rigorosas, a pressão vai ter que estar mais baixa que o paciente que não tem a diabetes, o colesterol e o triglicerídeo tem que estar mais baixo que a pessoa sem a diabetes.
Se um hipertenso tem entupimento na circulação precisará controlar a pressão, o diabetes, o colesterol e o triglicerídeo. Se não tem a diabetes, então, não vai precisar fazer esse controle, pode controlar a pressão, mas, vai fazer um controle com maior facilidade do que quem é diabético. Sendo diabético vai ter que intensificar e fechar mais a boca, se exercitar muito mais e tomar mais remédios.
No caso de não sentir sintomas, o diabético que não tem história de doença cardíaca, mesmo assim, precisa de um acompanhamento cardiológico, não é só uma ida ao médico para detectar uma doença, saber se ela está instalada. Além disso, o diabético tem muitas chances de sofrer o infarto agudo do miocárdio que pode ser fatal e às vezes nem dá pra ser socorrido no hospital.
Em dois pacientes infartados que chegam ao hospital, um diabético e o outro não, as chances do diabético morrer é maior. E, quando não morre, ainda assim, o tratamento é mais difícil porque a circulação tá mais fina, mais prejudicada. O tratamento básico é a ponte de safena (vamos dizer assim), para mandar sangue para um vaso doente, fino e entupido.
Os doentes que são cardiopatas quando não são diabéticos precisam ficar espertos com a glicemia, não podem se acomodar. É comum chegar ao hospital o hipertenso que é fumante, tem dor no peito e diz que não tem diabetes e que fez os exames e sabe que a taxa de glicose está normal, que pode comer açúcar à vontade. Isto não é bem assim. Quanto mais açúcar eu consumir mais o organismo vai ter que trabalhar e pode ficar sobrecarregado. Se você era um paciente cardiopata, tinha problema cardíaco e não tinha diabetes, mas, não fez dieta e permitiu que a diabetes aparecesse, você entrou no grupo de risco de: mais infarto, de infarto que mata mais e é mais difícil o tratamento. Além disso, é muito comum ver no consultório gente que se enquadra depois que tem o evento. Antes ele fumava, comia de tudo, não fazia consulta, não fazia exercícios físicos e, quando teve o infarto passou a se cuidar com medo de morrer e a fazer tudo certinho. Mas, também tem o do tipo que não faz nada, mesmo depois do infarto. E, o mais comum, depois do infarto o cara para de fumar, passa a controlar o açúcar, a alimentação.
Pra reforçar, não basta tomar as medicações, é preciso atingir as metas de controle da pressão, do colesterol. Acabaram de perguntar por telefone o que é glicose, basicamente glicose é açúcar. O diabetes é o excesso de açúcar no sangue. Se você come muito açúcar a tendência é que ele sobre no sangue e, quando fica cheio estraga e danifica a circulação.
Dr. Wilde (Endocrinologista): A diabetes tem abrangência em todas as especialidades médicas. O
Dr. Carlos André já falou muita coisa importante e falarei mais dentro da endocrinologia que é a especialidade da medicina que estuda profundamente esta doença.
Já falamos da diabetes do tipo 1, 2 e gestacional que é um grupo de doenças e tem outras causas e outros tipos além desses, que a gente não vai discorrer por falta de tempo, mas, a gente ainda tem o diabetes tipo 1 do adulto, a diabetes lada, a mitocondrial, a flatbush. O tratamento é feito com drogas específicas pra fisiopatologia da doença, ou seja, como é que aquele indivíduo desenvolveu a doença e, no ponto chave, tentar corrigir, sempre como o Dr. Carlos André falou, atingindo as metas de tratamento, deixando a glicose em nível normal.
A ouvinte Eva, que ligou para o programa, eu vou responder agora. A pré-diabetes é aquela em que o indivíduo fez a glicemia em jejum e o nível de glicemia ficou entre 100 e 125, ou seja, ele não é diabético, mas, já tem uma glicemia de jejum alterada, daí, diz-se que este indivíduo é um pré-diabético.
Quando se faz o exame no laboratório e dá o resultado 103, 104 ou 105, significa que o mecanismo da doença já foi ativado. Neste momento ainda é grande a chance de impedir a evolução do diabetes, introduzindo uma alimentação saudável com mais verduras, frutas e exercícios físicos. Mas, neste ponto já está ligado o botão de alerta.
O endocrinologista sempre deve pedir o apoio de outros médicos, é assim que ocorre em Marabá, com a ajuda do cardiologista, do nefrologista e de outros médicos, ou seja, a doença chamada diabetes não é tratável por uma única especialidade médica, e sim, por várias, multidisciplinar ou interdisciplinar, conversando com todos, tudo para o bem do paciente.
Dr. Tiago Barros (Nefrologista): Quero agradecer pelo convite, foi um programa extremamente importante para a população em geral. O papel da nefrologia, minha especialidade, é cuidar do rim e, infelizmente, a diabetes tem avançado assustadoramente. Muita gente que procure esta especialidade apresentam problemas nos rins já instalados. Todos falaram muito bem, de modo claro e, devo reiterar sobre a prevenção, vamos impedir a evolução a ponto de lesão, seja cardíaca, seja renal.
No mundo inteiro, a grande maioria dos pacientes que entram em hemodiálise é por conta da diabetes. Aqui no Brasil, ainda falta muito planos e estratégias de saúde básica, a hipertensão é ainda o maior problema para aqueles pacientes que entram em hemodiálise, mas, aqui no Brasil a diabetes já ultrapassando e no mundo inteiro já ultrapassou. Não é uma doença fácil, tem tratamento e depende muito mais do paciente do que do médico.
A nefrologia é uma especialidade de suma importância, porque o rim é muito lesado pela diabetes. O diabetes do tipo 1, para quem não sabe, pode demorar 5 anos para causar problema renal. O do tipo 2 que é o mais comum do adulto, quando se descobre, provavelmente já tem o problema renal e deve também, procurar o nefrologista e não deve deixar que chegue ao nível de lesão, pois, o tratamento fica mais difícil. Encerro agradecendo por esta oportunidade de esclarecer aos ouvintes deste programa.
Dr. Carlos Costa (Cardiologista): Na cirurgia como toda e qualquer especialidade o conhecimento sobre a diabetes é importante. O indivíduo que vai fazer uma cirurgia precisa estar com a glicemia controlada e faz parte do arsenal que vai nortear nos pós-operatório. Se chega na emergência precisa estar nos parâmetros, dentro das medidas e do controle da glicemia capilar. O diabético tem uma alteração imunológica que o faz tornar-se pouco sensível à dor.
Muitas das vezes você atende um diabético ou uma apendicite já supurada e esse indivíduo estava com poucos sintomas, pouca dor abdominal.
As técnicas cirúrgicas que estão surgindo, foram notadas que diminui a glicemia, mas, não foi idealizada para operar a diabete que é uma doença de controle clínico. O tratamento dos obesos que tem o IMC alto, indicando para tratamento cirúrgico, os acompanhamentos pós-operatórios registra que diminuiu o diabetes, servindo como um sinalizador para os cirurgiões, porém, é algo novo e não está aprovado pelos Conselhos de Medicina. Há um caso que um colega induziu o paciente diabético ser operado e está respondendo processo.
A cirurgia de obesidade não é uma cirurgia para o tratamento da diabetes, porém, os obesos que já estão com uma glicemia descontrolada e, em alguns deles, observou-se redução glicêmica.
As técnicas destas cirurgias são restritivas, diminuem o tamanho do estômago que fica pequeno. Outra técnica que está dando resultados melhores do controle da glicemia, a técnica do desvio do intestino proximal que reduz os hormônios e, achávamos que os hormônios só eram ligados ao sistema endócrino. Mas, hoje sabemos que o intestino produz hormônios, como a encretinas que são produzidos no intestino distal. Quando você desvia esse estômago do transito, aquele intestino proximal, acredita-se que há um fator que lhe dá resistência à insulina. Os hormônios liberados pelo intestino distal controla a glicemia e, mais ou menos baseado nesse direcionamento que as técnicas experimentais estão surgindo para tratamento do diabetes. Mas, não existe cirurgia para a diabetes. Mudou-se o nome de cirurgia bariátrica para cirurgia metabólica, porque não mexe só com a parte da diminuição de peso. Você sabe que peso é igual a metabolismo e metabolismo é tudo.
Uma coisa que aparece muito no meu consultório é pessoas com gordura acumulada no fígado e quando chega a fase mais grave, evolui para uma cirrose, mesmo que o indivíduo nunca tenha tido uma hepatite ou mesmo ter bebido álcool na vida e pode ter uma cirrose por degeneração hepática.
A mesa de hoje foi brilhante. Nós não perdemos um sábado, nós ganhamos um sábado de manhã pra fazer esclarecimentos à população, olha que coisa boa. Eu e todos os colegas da mesa nos colocamos à disposição da Professora Adriana que hoje aprendeu muito sobre medicina com a gente e ficamos à disposição da população em geral para novas orientações sobre outros temas importantes pra nossa gente.
Também agradeço pela oportunidade brilhante de esclarecer a população sobre esta doença que se alastra pelo mundo. Esta mesa através dos colegas médicos contribuiu enormemente para os esclarecimentos de milhares e milhares de pessoas que nos escutam neste momento. Agradeço a Rádio Itacaiúnas em nome do Pastor Nilson França que nos honrou com a sua presença deste o início do programa. Parabéns Adriana Araújo com sinceridade pelo convite.
Adriana Araújo: Volto a dizer sobre os meus convidados, profissionais maravilhosos e aproveito para agradecer a Deus por esta mesa, por estes convidados, por este momento e por ter conseguido reunir pessoas, médicos, o Pastor Nilson França, todos com um único propósito, de ajudar à população na prevenção e no tratamento da diabetes. Aos médicos aqui presentes o meu sincero muito obrigado. Ainda um pouco de tempo, deixo esse espaço para vocês apresentarem os seus telefones, locais de trabalho para quem precisar.
Dr. Francisco Alves – Ginecologista e Obstetra, trabalho no Hospital Regional, no Hospital Materno Infantil, no Hospital do Exército e o meu consultório fica na CLÍNICA POTIGUAR, deixo o meu telefone: 9268-2658.
Dr. Rodolfo Amoury – Mastologista e Oncologista, atendo na CLÍNICA ONCORADIUM, especializada no tratamento do câncer e atuo na parte da mastologia e oncologia. A clínica fica no Edifício Amazon Center, no térreo e o telefone é: 3322-9100.
Dr. Carlos André Barros Brito – Cardiologista, atendo na CLÍNICAS REUNIDAS na VP 08 – Nova Marabá e o meu telefone é 9925-0720.
Dr. Wilde Cavalcante – Endocrinologista, atendo na META CLINIC que fica no interior do LABORATÓRIO BIO TEST e o meu telefone é 9122-4553.
Dr. Tiago Barros – Nefrologista, atendo na CLÍNICA DE DOENTES RENAIS que fica na Folha 25, perto do Gelo do Marujo, na Nova Marabá e o telefone é 3321-9605. O meu consultório é na MEDICAL CENTER Sala 204 e o telefone para quem precisar é 3323-2002.
Dr. Carlos Costa – Cardiologista, o meu consultório fica na GASTOCLÍNICA que fica nos altos da CLIMEC e atendo nas áreas de cirurgia, gastroenterologia, na área de exames na exploração de cirurgias do aparelho digestivo, a endoscopia digestiva alta, coloscopia, nos procedimentos de intervenção cirúrgica através da endoscopia.
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