


Terra Bendita!
Marabá surgiu assim
No início do século passado
Por militares e políticos
Que chegaram deportados
Saldo das duras revoltas
Existente em outros estados.
Era só o começo
Dos grandes desafios
De um pequeno vilarejo
Nas margens deum rio
Busco aqui descrever
O que pouca gente viu
Francisco Coelho
Homem de nobre valor
Em uma tangida de boiada
Por esta terra passou
Percebendo a extração vegetal
Do lugar se agradou.
Carlos Gomes leitão
Era um sujeito intelectual
Percebendo o interesse de Francisco
Fez a um convite legal
Contou da nova descoberta
Naquela conversa formal
O pequeno burgo estava
Na fase de crescimento
Francisco como empreendedor
Já pesou no desenvolvimento
Aceitou o convite de leitão
Com alegria e contento
Fez ali alguns projetos
Já que estava em euforia
Com o dinheiro da boiada
Mandou buscar a família
Montou ali um açougue
Pois já tinha freguesia.
Trousse algumas mulheres
Do estado do maranhão
Para alegrar a rapaziada
Já que não havia diversão
As famílias não gostaram
E ele toma outra decisão.
Leitão & coelho
Tiveram a conversar
Brevemente os dois saíram
Como estivessem a procurar
Subiram itacaíúnas a cima
Até um pontal avistar
O belo pontal é assim
Aonde dois rios faz a junção
Francisco encheu os olhos
Ficou feliz seu coração
Leitão convocou os homens
Para fazer um mutirão.
Ergueram o barracão
No abençoado lugar
Convidaram as vizinhanças
Para poder inaugurar
O sócio de Francisco discursou
E recitou a poesia Marabá.
Devemos tudo a este
Visionário empreendedor
Que ali ergueu um barracão
E de Marabá a chamou
Das letras era amigo
De Gonçalves Dias admirador.
Rapidamente já era uma vila
Com um futuro promissor
Sobre tutela de Baião
Por muito tempo ficou
Em mil novecentos e treze
Finalmente se emancipou.
Marabá...
Você que nasceu nesses ares
Da castanha e da borracha
Que o marulhar do Tocantins
Te ninou e fez dormir
Que cresceu entre avoengas
Lendas e mitos de paz e conflitos
Que caminhou entre ouro e diamante
Disfarçado em pobreza
Que aqui descobriu a seara de riqueza
Você que um dia acreditou
Que as águas desses rios
Banham as ruas por amor
Que as praias são os prêmios
Que o ribeirinho galgou
E aqui plantou semente
Para colher fruto ou flor
Hoje recebe homenagem
Como troféu sênior
Ana delicy
Tornou-se cidade exuberante
Como flor da margarida
Posso assim dizer
Minha Marabá querida
Os que nela acreditaram
Prosperaram suas vidas.
Teve passado humilde
Não dá para acreditar
Comercializou pele de animais
E castanha do Pará
Uma história emblemática
Que o tempo quis revela.
Marabá de nome forte
Digo com toda razão
Senhora de braços abertos
Mãe de bom coração
Todos que aqui chegara
Ela estendeu suas mãos.
O relógio não pode parar
Nem esperar por ninguém
Vejamos então agora
O rumo que as coisas têm
Graças aos contadores
Não ficamos no além.
Nomes admiráveis
Irão de perpetuar
José Diamantino
E o Léo da leolar
Na medicina Geraldo Veloso
Fez muito por Marabá.
Desejaram ver
Marabá grande e bonita
Dedicaram suas forças
Como pessoas que acreditam
Do barracão ao shopping Center
Rascunhei essa historia bonita.
O sol brilha para todos
Sem fazer acepção
Somos estrelas obliquas
Clamando emancipação
A deia não é dividir
E sim organizar a região.
Mesmo em dias difíceis
Restam legados da bravura
Foi por um tiro banal
Chegamos à desenvoltura
Homens esperançosos
Enfrentaram as batalhas duras.
Gostaria de falar em todos
Sem deixar nada para traz
Agradecendo aos fundadores
E as famílias tradicionais
Também aos políticos
Que são fundamentais.
Agradeço ao pai eterno
Deus nosso criador
Foi ele que me deu o dom
De poeta contador
Cada conto que escrevo
O peito enche de amor
Quero aqui me despedi
Da flor da margarida
Esta me acolheu
Com oito anos de vida
Venho de outo estado
E aqui encontrei guarida.
Meu caloroso abraço
Ao povo de Marabá
Sinto-me bastante feliz
Por suas narrativas contar
Escrevendo com a alma
As historias deste lugar.
Cidade
Acolhedora
Terra de Prosperidade



O cordel “Marabá Surgiu Assim” traduz parte de uma mescla de enredos, em linhas de fuga, recontando as histórias da mestiça Marabá.
Escritor: Adão Almeida

"Marabá, não só oportunizou minha família á crescer, mas me concedeu o privilegio de colher frutos ao qual plantou".
Obrigada Marabá - Eduarda Araújo