Um ano depois da promessa da hidrovia de Marabá.
- Adriana Araujo
- 22 de mar. de 2015
- 3 min de leitura

No próximo dia 20 de março completará um ano da vinda oficial de Dilma Rousseff à Marabá. Esteve para anunciar a realização de obra para o derrocamento do Pedral do Lourenço, viabilizando a Hidrovia Araguaia-Tocantins.
A cidade esteve em festa, havia uma ansiedade enorme por conta do anuncio oficial que, com esta medida estaria completando um ciclo logístico para concretizar o sonho de verticalização siderúrgica. Seria completar um modal composto por: rodoviário, ferroviário e hidroviário, tornando navegável o Rio Tocantins durante todos os meses do ano.
Ao que foi dito por nossa presidenta, a mineradora Vale vinculava um projeto de logística ao projeto de siderurgia e que uma hidrovia resolveria a questão.
"Eu acompanhei toda a luta do governo do ex-presidente Lula, os oito anos, para que vocês tivessem uma siderurgia... Tem um requisito que a Vale do Rio Doce sempre levantou. Ela dizia 'é preciso ter logística para fazer a integração e criar aqui uma unidade'", disse a presidente.
"Pois muito bem, essa hidrovia é a melhor logística possível. Ela resolve uma das questões muito importantes para se fazer o polo siderúrgico aqui."
A hidrovia estava no bojo do Projeto Aços Laminados do Pará, anunciado com a vinda do então presidente Lula em 2010 que foi sepultado e não se fala mais dessa promessa não cumprida. A hidrovia era uma coisa sensacional, algo que todo político precisaria investir e potencializar a produção local e regional com fretes altamente competitivos. O custo de transporte fluvial é mais baixo que qualquer outro tipo de modal e serviria para escoamento da produção de aço. É importante, também, por retirar a sobrecarga da malha rodoviária e dar alívios as estradas e rodovias. Seu custo é, simplesmente 20 vezes menor que o transporte rodoviário.
A perspectiva dessa logística seria mais um ganho de preço no escoamento da produção siderúrgica e de grãos e oleaginosas das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país. De resto, vale a pena lembrar que em 2010 foi ano eleitoral, bem como 2014 e prometeu-se com a finalidade de dar esperanças ao povo paraense e se dar bem nas eleições para Presidente da República, Governo do Estado, Senado Federal, Deputado Estadual e Federal. Neste dia 20 de março de 2014, ainda estão viva as palavras do então prefeito, de seu profundo agradecimento:
“Hoje é um dia histórico para o povo de Marabá. Queria dizer que você, Dilma, está sendo a melhor presidente para Marabá. Quero agradecer ao Governo Federal todas as obras do PAC, que desde 2013 já somaram R$ 613 milhões. Obras como as grotas do Aeroporto e Criminosa e as 6 mil casas populares construídas para a população marabaense. E o que dizer do Pronatec, que somente em Marabá já qualificou mais de 3.100 jovens, levando Marabá a ser a primeira cidade do Pará em número de pessoas qualificadas pelo programa? Queremos agradecer a atenção que a presidenta tem dado ao ensino infantil, com a liberação de recursos para a construção de 22 núcleos de educação infantil”, disse João Salame ao iniciar seu discurso.
O tempo passou e a nossa gente ficou calada. Antes brigávamos contra a Vale, nossa grande vilã, agora não mais. A gente interditava a ferrovia e lutava por nossos direitos e reivindicações. Não sei porque não se luta mais pela Hidrovia, pelo derrocamento do Pedral, era tão importante ao ponto da Presidenta fazer o anúncio e, tudo silenciado depois, sem perspectivas. Por que? Com a resposta nossos federais, senadores, deputados e todos que se dizem representantes do povo.
De resto, nos conformamos com a não realização das promessas não cumpridas. Ficou registrado na história mais um golpe ao povo marabaense. Perdemos a Aços Laminados do Pará (ALPA), mentiu-se sobre o Pedral do Lourenço e, mais uma promessa se arrasta no mar das incertezas, da construção da Hidrelétrica de Marabá a partir deste ano (2015). Quanto ao polo siderúrgico, este resume-se a três empresas e o nosso Distrito Industrial passou a ser visto como cemitério de guseiras, com todo o respeito às empresas ali sepultadas.
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