LIMÃO PARAENSE CHEGA A EUROPA
- Adriana Araujo
- 13 de jan. de 2017
- 2 min de leitura

No começo de janeiro, as primeiras carretas carregadas de limão do tipo tahiti começaram a sair do município de Monte Alegre, localizado na região do Baixo Amazonas, com destino a São Paulo, mais precisamente para o porto de Santos. O destino dessa primeira carga, composta por 23 toneladas de limão, é a Inglaterra.
Monte Alegre é o maior produtor de limão do Pará. Atualmente, mantém uma área plantada com 1.500 hectares produtivos e mais 700 hectares em formação, que já devem começar a produzir nos próximos meses. Dessas plantações saem, aproximadamente, 17 mil toneladas do fruto todo ano. Condição propícia, que acabou chamando a atenção de um grupo de empresários de São Paulo.
“Além de contar com uma produção significativa, o que também despertou nosso interesse foi a qualidade do produto de Monte Alegre”, conta Alex Vieira, um dos sócios da Frutos MA, empresa com sede na cidade de Itajobi, no interior de São Paulo, que integra o maior polo exportador de limão do Brasil.
Em março de 2016, eles iniciaram a instalação de uma unidade de processamento e exportação no município paraense, com capacidade para enviar para fora do país cerca de 55 toneladas por semana. Essa foi a primeira carga enviada e já há um pedido da Rússia, que deve seguir viagem até o fim do mês. “Esse é só o começo, futuramente, nosso desejo é que a gente consiga mandar um caminhão por dia daqui”, vislumbra Alex.
Para isso, o polo produtivo de Monte Alegre já começa a se movimentar. O Sindicato dos Produtores Rurais do município e a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) iniciaram um cadastramento de todos os agricultores que trabalham com a produção de limão na região. De acordo com o presidente do Sindicato Rural, Valdemar Hutim, o número de produtores deve ficar em torno de 400. “São, em sua maioria, pequenos agricultores. Se pegarmos a área plantada do município, de 2.200 ha, e dividirmos por esses 400, dá cerca de 5,5 ha para cada um deles”, explica.
O registro é o primeiro passo para a solicitação do reconhecimento da região como área livre do cancro cítrico, uma das principais pragas que atingem a cultura dos citros em todo o Brasil. O gerente de Pragas Quarentenárias da Adepará, Luiz Guamá, que coordena esse trabalho de certificação, explica que o bom status sanitário do Pará garante ao Estado um grande potencial na produção de citros a nível nacional e internacional. “Hoje, o Pará é livre das principais pragas que afetam a cultura dos citros, como o cancro, a monilíase, a pinta preta e o greening. Agora, estamos buscando o reconhecimento dos nossos dois principais polos produtores, que são Monte Alegre e Capitão Poço, como zonas livres da doença. Reconhecimento que deve vir ainda esta ano”, diz.
Essas doenças estão disseminadas por todo o país, principalmente entre as maiores regiões produtoras, como é o caso de São Paulo. Isso explica por que as atenções de grandes indústrias da área estão voltadas para o Estado, que deve despontar entre os principais produtores nos próximos anos.
Fonte:http://www.adepara.pa.gov.br/index.php?adepara=nav/single&topico=587
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