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Impactos na instalação de nova hidrelétrica no Pará são tema de debate em Marabá


Cidade de Marabá pode ser polo de mais uma usina hidrelétrica na região sudeste do Pará.

Construção da UHE em Marabá pode causar impactos socioambientais para a população da cidade e das áreas que serão alagadas.

instalação de uma usina hidrelétrica preocupa a população de Marabá, no sudeste do Pará. Assim como Tucuruí e mais recentemente Altamira, está prevista a construção do empreendimento no município. Os impactos que podem ser causados para o meio ambiente e para a população serão discutidos nesta sexta-feira (30), durante um debate organizado por universidades públicas, integrantes de movimentos sociais e a sociedade, em Marabá.

O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou no Diário Oficial da União (D.O.U) no dia 18 novembro de 2010, a Portaria de nº 927, que "aprova o enquadramento de projeto de reforços e melhorias em instalações de transmissão de energia elétrica da empresa ATE III Transmissora. As melhorias são referentes à subestação de Iacaiúna, localizada no município de Marabá. O projeto prevê também a instalação do 3º Banco de Autotransformadores Monofásicos e de um Módulo de Interligação de Barramentos de 500 kV".

Segundo a Eletronorte, o projeto ainda irá a leilão e está na fase de estudos. O G1 entrou em contato com o Ministério de Minas e Energia, para mais informações sobre o andamento do projeto, mas ainda não foi atendido.

“O discurso do governo e dos empresários que têm interesse na construção de hidrelétricas é que vai trazer ‘desenvolvimento’ na região, impactar no Produto Interno bruto (PIB), vai gerar emprego. Contudo, a gente sabe que isso é um discurso que vai beneficiar apenas as grandes empresas, sobretudo porque a energia vai abastecer o eixo Rio – São Paulo”, afirma o historiador da Universidade do Estado do Pará (Uepa) Airton Reis Pereira, que será mediador do debate.

O “Debate sobre a Usina Hidrelétrica de Marabá: aspectos socioambientais e da saúde” é um evento organizado pelas professoras Maíra Turiel (Uepa) e Elizabete Pires (UFPA) e é aberto ao público. Participam das discussões pesquisadores, lideranças indígenas e membros do Movimento dos Atingidos por Barragens.

Impactos socioambientais

A professora Elizabete, que estuda os impactos da hidrelétrica de Belo Monte por meio da tese de doutorado “As condicionantes da UHE de Belo Monte e o desafio das políticas públicas de saúde voltadas para a população” teme que com a construção da nova hidrelétrica, o caos social vivido em Tucuruí e Altamira se repita em Marabá.

“Isso pode gerar um grande sofrimento para a população, não só em relação à saúde, pelo inchaço populacional, pois trata-se de uma área que tem uma certa carência em infraestrutura e de pessoas para atendimento médico. Marabá já tem um índice muito grande de problemas nesta área e o que nós queremos tecer uma discussão para entender Marabá hoje, porque isso não foi feito em relação às demais hidrelétricas. Qual a situação em relação a segurança, saúde, ao ambiente? Como está hoje para que a gente possa a partir daí ter um acompanhamento melhor e verificar qual é o nível de impacto que essa hidrelétrica pode causar”, explica a professora.

Segundo o historiador, a hidrelétrica em Marabá vai alagar as cidades de São Domingos do Araguaia, Palestina do Pará e Bom Jesus do Tocantins, no Pará, além de áreas no Estado do Tocantins e Maranhão.

“Nós temos a terra indígena Mãe Maria, onde está o povo Gavião e terá uma parte alagada. A etnia foi remanejada de Tucuruí e o povo já perdeu a sua terra e toda relação que tinha naquela região, com seus mortos enterrados. Agora vai viver tudo outra vez. Mais de 40 mil pessoas serão desalojadas e remanejadas e isso envolve, só no lado do Pará, em torno de dez projetos de assentamentos de reforma agrária", pontua Airton.

“Queremos nos cercar dos cuidados em relação à violência, ao estupro, que a gente sabe que na região de Altamira é absurdo. O problema mais grave naquela cidade é epidemia de depressão, adoecimento mental mesmo”, explica Elizabete sobre suas pesquisas em Belo Monte.

De acordo com o Atlas da Violência 2017, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a cidade de Altamira é o município mais violento do Brasil. Marabá alcança o 11º lugar. O estudo analisou dados coletados em 2015 para concluir que o município tem a maior taxa de homicídios e mortes violentas com causas indeterminadas dentre todas as cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes.

“Imagine Marabá depois da construção da hidrelétrica. Eu fico imaginando como será o tratamento dado à questão da saúde. Vivemos um problema grave aqui. Com o inchaço da cidade com essa hidrelétrica, podemos ter um caos social. O objetivo do evento é reavivar essa discussão, alertar a população de uma forma geral”, afirma o historiador.

“Levar esse conhecimento através das pesquisas já realizadas para traçar uma discussão e também pensar no futuro. Acompanhar o que vai ser feito, para que essa história na região amazônica não se repita como vem acontecendo ao longo dos anos. Apesar de toda tecnologia, observamos que a população ainda é a mais impactada.

Consequentemente sabemos que muitos terão as suas histórias deixadas para trás e suas raízes arrancadas do seu local de origem”, ressalta Elizabete.

Fonte:http://g1.globo.com/pa/para/noticia/impactos-na-instalacao-de-nova-hidreletrica-no-para-e-tema-de-debate-em-maraba.ghtml

Postado por Adriana Araújo.


 
 
 

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Eduarda Araújo
Blogueira
Eduarda Araújo

Pós graduada em Gestão de Pessoas, atualmente Analista de Recursos de Infração e Blogueira. Executa trabalhos sociais de dança e teatro em instituições religiosas 

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