MPF debate mortes de policiais no Brasil durante audiência pública na Câmara
- Adriana Araujo
- 6 de out. de 2017
- 2 min de leitura

Para o órgão, possíveis soluções para o problema passam pela valorização do policial e pelo fomento de políticas públicas pautadas na redução do enfrentamento
O Ministério Público Federal (MPF) participou, nesta quarta-feira (4), de audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o aumento de mortes de policiais no Brasil. A iniciativa foi promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Segundo dados desses profissionais que constam no 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), entre os anos 2009 a 2015, foram mortos 2.572 policiais no país. Nenhuma outra nação do mundo ostenta tais números.
Na audiência, o subprocurador-Geral da República e Coordenador da Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional (7CCR), Mario Luiz Bonsaglia, ressaltou que o MPF atua para melhorar as condições de trabalho e a segurança dos policiais, verificando a validade de coletes balísticos, acompanhando e apurando casos de possíveis defeitos em armamentos, cobrando soluções para resolver problemas orçamentários das polícias, entre outras ações.
“Temos que buscar quais são as possíveis e prováveis causas dessas mortes. Fatores institucionais como condições inadequadas de trabalho, treinamento somente para confronto, rotatividade de postos de trabalho, cargas horárias excessivas, precariedade em estratégias de ação e insuficiência de viaturas, armamentos e equipamentos são alguns dos problemas encontrados”, afirmou Mario Bonsaglia. Em alguns estados, como no Rio de Janeiro, a situação é ainda mais grave. Só neste ano, mais de 100 policiais cariocas morreram.
Dupla jornada – O coordenador da 7CCR ressalta, ainda, que muitos policiais exercem dupla jornada de trabalho – o que aumenta o risco e pode ser uma das causas do grande número de agentes mortos durante suas folgas. “Os policiais moram em áreas com índices elevados de criminalidade e enfrentam diariamente o fenômeno contemporâneo da atuação de facções criminosas”, acrescenta. Dados revelam que esses profissionais são mortos três vezes mais fora do horário de trabalho.
Entre as possíveis soluções apontadas pelo MPF estão a valorização do policial, o fomento de políticas públicas pautadas na redução do enfrentamento, a criação de instâncias coletivas de reflexão e avaliação do trabalho policial, além do fortalecimento do controle externo da atividade policial pelo Ministério Público.
O subprocurador-geral considera preocupante o quadro atual, principalmente no campo da segurança pública de modo geral e no tocante à segurança física e emocional desses profissionais. Ele chama atenção também para o índice elevado de suicídio de policiais.
Audiência pública – Além do membro do MPF, também participaram da audiência pública deputados federais; o presidente da Associação Nacional de Praças, Elisandro Lotim de Souza; o ex-comandante da Academia de Polícia Militar e ex-Comandante Geral da PM/RJ, Ibis Silva Pereira; e a Consultora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Ex-Diretora de Pesquisa da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Isabel Seixas de Figueiredo.
Fonte:http://www.mpf.mp.br/pgr/noticias-pgr/mpf-debate-mortes-de-policiais-no-brasil-durante-audiencia-publica-na-camara
Postado por Adriana Araújo.

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