Por que nossa cabeça não para de encontrar problemas?
- Adriana Araujo
- 2 de jan. de 2019
- 2 min de leitura

De diagnósticos médicos a investimentos financeiros, os seres humanos precisam realizar diversos julgamentos quando são questões consistentes
Para o cérebro, comparações costumam usar menos energia do que medições absolutas
Por que certos problemas das nossas vidas parecem não deixar de existir, mesmo que lutemos contra eles? O cérebro, com uma peculiaridade nos humanos, processa informações que, quando algo se torna raro, vemos isto em outros lugares.
Usando como exemplo algo muito comum em lugares como os Estados Unidos. A “vigilância de vizinhança” é composta de voluntários que chamam a polícia quando encontram algo suspeito, além de cuidar das ruas do bairro em que moram. À medida que os voluntários conseguem diminuir os crimes na área, eles ficariam mais tranquilos e continuariam vivendo em paz.
Porém, quando os crimes de bairro cessam, é bem comum que eles encontrem novos casos suspeitos a quais não se atentariam antes, como uma pessoa desconhecida andando na rua.
Procurando problemas
Para estudar em como os conceitos mudam quando se tornam menos comuns, alguns voluntários tiveram a simples tarefa de examinar alguns rostos gerados por computador e decidir quais pareciam “ameaçadores”.
À medida que mostravam menos rostos, os voluntários criaram novas táticas para aumentar a definição de “ameaçador”, ou seja, rostos que antes não achavam ameaçadores, passaram a achar quando começaram a ficar sem novas opções.
Esse tipo de inconsistência não se limita a julgamentos sobre ameaças. Em outro teste, foi pedido que os voluntários tomassem decisões mais simples: se os pontos coloridos eram roxos ou azuis.
Como os pontos azuis ficaram escassos, as pessoas começaram a chamar pontos ligeiramente roxos, de azul. Esses resultados sugerem que esse tipo comportamento não é totalmente consciente.
Depois de analisar os dois testes, o grupo de pesquisa se perguntou se apenas seria uma propriedade engraçada do sistema visual, ou se o tipo de mudança de conceito também enquadraria para outras situações.
Foi realizado um experimento final onde os voluntários teriam que ler sobre estudos científicos, precisando decidir quais eram éticos e quais eram antiéticos. Surpreendentemente, o mesmo padrão foi encontrado. Cada vez que eram mostrados mais estudos antiéticos, mais achavam que os estudos éticos também eram antiéticos, passando a indagar sobre a veemência das questões.
O cérebro gosta de fazer comparações
Pesquisas de psicologia cognitiva e da neurociência sugerem que esse tipo de comportamento é consequência de uma maneira básica de como os cérebros processam as informações, sendo constantemente comparado ao que está à nossa frente com seu contexto.
Ao invés de opinar sobre como a face demonstrada no estudo, seria ameaçadora, o cérebro pode armazenar o quanto que as imagens são ameaçadoras comparadas a outras faces vistas anteriormente. Em um vasto número de rostos suaves, até imagens levemente ameaçadores podem parecer assustadores.
Para o cérebro, comparações costumam usar menos energia do que medições absolutas. Cérebros humanos evoluíram para realizar comparações de diversas situações, porque comparações fornecem informações suficientes para navegar com segurança e tomar decisões.
De diagnósticos médicos a investimentos financeiros, os seres humanos precisam realizar diversos julgamentos quando são questões consistentes.
Quando uma pessoa toma decisões em que a consistência é importante, as categorias são definidas de forma clara.
Fonte:http://opiniaoenoticia.com.br/vida/comportamento/por-que-nossa-cabeca-nao-para-de-encontrar-problemas/

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